CHIRIMIA

Project Info

Project Description

Chirimia
para oboé ou saxofone-soprano solo

  • data de composição: 2001-02 / rev.2012
  • duração: 5:30 min.
  • estreias
    versão saxofone-soprano: 02/05/2014  Ciudad Real/Espanha | Henrique Portovedo (saxofone)
    (no âmbito do I Congreso Europeo del Saxofón)
    versão oboé: 11/07/2014 – Casa Museu Teixeira Lopes (V. N. de Gaia) | Tiago Coimbra (oboé)

Chirimia para oboé (ou saxofone-soprano) solo, insere-se num ciclo de obras a solo para diversos instrumentos, que iniciei com Hornpipe (1997/rev.1999), para trompa solo, e que inclui ainda Alboque (2011) para clarinete solo, e Conn-O-Sax (2015) para saxofone-alto solo, estando em projeto outras novas obras a acrescentar no futuro próximo, nomeadamente para marimba, flauta e fagote.

A principal característica deste ciclo é o elevado grau de virtuosismo exigido ao executante, quer pelo uso de técnicas especiais de entre as mais modernas para cada instrumento (como registos extremos, quartos-de-tom, flatterzunge, multifónicos, etc…), quer pela endurance necessária à sua execução. Mas tudo isto é aliado a uma escrita deliberadamente fantasiosa e, pelo menos aparentemente, muito livre, quase improvisativa, apesar da notação ser extremamente rigorosa. Assim, um dos intuitos destas obras é igualmente apelar à imaginação do intérprete, que, com a sua leitura única e individual da partitura, contribui também para a obra musical definitiva.

Sendo um verdadeiro work in progress, que pretendo desenvolver ao longo da minha carreira composicional, este ciclo traz imediatamente à ideia um seu famosíssimo antecessor, as Sequenzas de Luciano Berio, de que não renego a influência, principalmente pelo aspeto mais “lírico” da sua escrita. Na verdade também eu, nestes meus “solos”, tentei, entrementes todo o virtuosismo, incutir um certo lirismo à escrita, que porventura advém da minha naturalidade mediterrânica, e da luminosidade que é tão típica aos países do sul da Europa.

Especificamente, chirimia (ou chirimía, com acento no original espanhol) refere-se a um oboé primitivo com palheta dupla e entre 6 e 9 buracos, que terá circulado na Europa a partir do séc. XII. Posteriormente foi introduzido nas colónias latino-americanas pelos clérigos europeus colonizadores, sendo ainda hoje tradicional em manifestações populares (profanas e religiosas) de países como Guatemala, Perú e México, entre outros. O termo chirimia deriva do francês chalemie, que, por sua vez, terá tido origem no latim calamus.

Chirimia existe em duas versões: apesar de originalmente concebida para oboé solo, o compositor autoriza a sua execução igualmente em saxofone-soprano, dadas as similitudes técnicas e de registo entre os dois instrumentos. Umas poucas dissemelhanças entre as duas versões não afetam a substância do material musical da obra, e pretendem exclusivamente manter algum idiomatismo na escrita para cada um dos instrumentos.

A versão para saxofone-soprano solo foi estreada a 2 de Maio de 2014 por Henrique Portovedo em Ciudad Real (Espanha), no âmbito do I Congreso Europeo del Saxofón, e a versão para oboé solo por Tiago Coimbra a 11 de Julho de 2014, na Casa Museu Teixeira Lopes, em V. N. de Gaia.


ouvir:
(versão para saxofone soprano por Henrique Portovedo)

https://henriqueportovedo.bandcamp.com/album/imaginary-1

 

ver:
(versão para oboé por Luís Matos)

 

comprar partituras:

https://www.editions-ava.com/en/chirimia
(versão para oboé)

https://www.editions-ava.com/en/chirimia-2
(versão para saxofone soprano)

 

 

 

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