Project Info
Project Description
Low attitude!
três esquissos para dueto grave
- em quatro versões:
- para Saxofone barítono e Clarinete baixo
- para dois Clarinetes baixos
- para dois Saxofones barítonos
- para dois Fagotes
- data de composição: 2021/2022
- duração: ca. 10 min. (4+4+2)
- andamentos:
I – Rude
II – Melancólico
III – Inquieto - estreia parcial (apenas I / versão para Saxofone barítono e Clarinete baixo):
11/09/2021 | Musibéria / Serpa | Filipe Valentim (sax barítono) / Vasco Valente (clarinete baixo)
Low Attitude!, três esquissos para dueto grave (originalmente, duo de saxofone barítono e clarinete baixo; alternativamente, para 2 saxofones barítonos, ou 2 clarinetes baixos, ou 2 fagotes) surgiu em resposta a um desafio lançado em 2021 pelo virtuoso clarinetista baixo Vasco Valente, um querido amigo de longa data. Concretizado oficialmente numa encomenda do seu duo 2_LOW (com o saxofonista barítono Filipe Valentim), o pedido foi para escrever uma obra curta (4-5 minutos) a incluir num ecléctico programa de vários duos compostos por distintos autores para aquela peculiar formação. A minha contribuição, na altura, foi o primeiro andamento do presente tríptico, mas desde logo senti que, futuramente, a peça merecia ser desenvolvida e alongada. Assim, já em 2022, acrescentei ao inicial Rude (que, aquando da estreia, se designava apenas genericamente como Low Attitude!) dois novos andamentos, respectivamente o intermédio (Melancólico) e o final (Inquieto). A estrutura formal fixou-se, assim, num clássico tríptico rápido-lento-rápido, em que cada andamento desenvolve o seu discurso musical apoiado numa técnica musical distinta. O primeiro é essencialmente minimalista e excêntrico; o segundo assenta num rendilhado contraponto que alterna constantemente voz principal e secundária; já o terceiro desenrola-se em total simbiose rítmica, mas está repleto de irregularidade métrica e dramáticos silêncios que entrecortam o discurso musical. O ponto unificador do ciclo é a exploração do virtuosismo de ambos os instrumentistas em igual proporção, exigindo-lhes um superior domínio técnico em toda a extensão dos seus instrumentos, desde o extremo grave ao agudíssimo.
À medida que fui escrevendo, principalmente os segundo e terceiro andamentos, dei-me conta que a música que saía da minha imaginação sugeria imagens grotescas ao estilo da pintura de uma Paula Rego, por exemplo, tantas vezes caracterizada por personagens e/ou situações exageradas e disformes. Não havendo uma ligação directa entre este meu ciclo e a pintura daquela grande artista portuguesa (não tento descrever nenhum dos seus quadros em particular), identifico na minha escrita algumas características comuns com a estética de Paula Rego, nomeadamente num certo surrealismo grotesco que pontua as temáticas. Como frequentemente tem acontecido em outras obras minhas, a inspiração visual pode não vir de forma directa, mas revela-se subconscientemente nas minhas composições, um facto que, admito, me agrada, pois sou um amante de pintura desde a juventude.
Finalmente, os títulos dos três andamentos, reflectem estados de espírito do dia-a-dia que procuram, de alguma forma, uma fusão entre o abstracto artístico e o realismo mundano. Somos, enquanto humanos, seres vivos eminentemente artísticos, mesmo nas mais pequenas e rotineiras acções.
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