Project Info
Project Description
Anton Bruckner: Sinfonia n.º 7, em Mi maior
Luís Carvalho: arr. para ensemble (ou orquestra de câmara)
ensemble [min. 14 instrumentistas] ou orquestra de câmara [max. 34 instrumentistas]
1111 – 1*110 – euf – [timp+2 perc opc] – acord [ou harm] – cordas [11111 até max. 66442]
- data de composição (Bruckner): 1881-1883 / rev. 1885
- arr. para ensemble ou orquestra de câmara (Carvalho): 2018-2019
- duração: ca. 65 min.
- info pormenorizada sobre instrumentação:
flauta / oboé / clarinete em lá / fagote / trompa em fá / trompete em sib (dobra em Fliscorne em sib) / trombone / eufónio / [opcional: timpani + triangle + cymbals = total 3 instrumentistas] / acordeão [ou harmonium] / quinteto de cordas [11111] ou pequena secção de cordas [max. 66442] - estreia: 28/Julho/2019 | Marvão, 6.º Festival Internacional de Música | Camerata Nov’Arte / dir. Luís Carvalho
«Um arranjo que funciona muito bem com a vantagem de poder apreciar-se
com todo o detalhe a complexidade textural da orquestração bruckneriana.»
Andrés Moreno Mengíbar in www.beckmesser.com (Agosto/2019)
Anton Bruckner (Linz, 1824 – Viena, 1896), compositor austríaco dos mais importantes do período romântico, ficou famoso principalmente pelas colossais sinfonias e extensa música sacra que escreveu. Se esta última surge como resposta à sua profunda devoção religiosa, as sinfonias tornaram-se marcos incontornáveis do grande sinfonismo tardo-romântico germânico. Nestas, o compositor alargou o conceito estrutural da forma, inovou ao nível do plano tonal, e deu relevo ao contraponto como meio preferencial da textura polifónica. A sua influência é notória, nomeadamente na geração seguinte, em Gustav Mahler e na concepção das suas próprias, também monumentais, sinfonias.
Das onze sinfonias que Bruckner escreveu (9 numeradas, com a última incompleta, mais duas preliminares, ou “sinfonias-estudo”), as mais frequentes na sala de concerto actualmente são a Quarta, a Sétima e a Nona. A Sétima, composta entre 1881 e 1883, foi um dos maiores triunfos da vida do compositor, aquando da sua estreia em Leipzig (Alemanha), a 30 de Dezembro de 1884. Escrita num período em que chegavam as notícias da doença final e ulterior morte de Richard Wagner (por quem Bruckner nutria grande admiração, tendo-lhe mesmo dedicado a sua Sinfonia nº3), no andamento lento da Sétima (Adagio), Bruckner introduz um quarteto de tubas wagnerianas em homenagem ao grande mestre da ópera alemã.
Apesar da grandiosidade da forma e do conceito orquestral, a suprema organização do pensamento criativo nas sinfonias brucknerianas torna-as perfeitamente aptas ao que se chama “redução instrumental”. Schoenberg foi o primeiro a perceber isto, não só em relação à música de Bruckner, como também de Mahler e Debussy, entre outros. Especificamente para a Sinfonia nº7 de Bruckner, Schoenberg encarregou os seus alunos Hanns Eisler, Erwin Stein e Karl Rankl, para prepararem uma redução instrumental da sinfonia, concebida na altura para um ensemble instrumental de dimensão muito modesta, constituído apenas por 2 violinos, viola, violoncelo, contrabaixo, clarinete, trompa, piano a 4 mãos e harmónio. Pensado, como tantos outros arranjos, para a Sociedade Privada de Concertos (Verein für musikalische Privataufführungen) que Schoenberg fundou em Viena nos anos 1920s, não chegou a ser executado naquela época, tendo sido estreado apenas mais de 60 anos depois.
Inspirado pelo conceito de Schoenberg, Luís Carvalho realizou em 2018-2019 uma nova versão para ensemble (ou orquestra de câmara) da Sétima. O efectivo de cerca de 15 instrumentistas (expansível, na versão para orquestra de câmara, até um máximo de 34), ao contrário da versão “schoenberguiana”, tenta simular uma orquestra em miniatura, ao incluir todos os principais naipes da orquestra sinfónica tipicamente bruckneriana. Assim, procurou-se uma versão instrumental mais compacta da obra, mas, ao mesmo tempo, tentando manter alguma da imponência original. Em paralelo, busca-se um certo refrescar tímbrico pela inclusão de instrumentos menos usuais como o eufónio, o fliscorne e o acordeão (que pode ser substituído por um harmónio, uma opção mais próxima dos arranjos schoenberguianos).
A perspectiva é, sempre, que a fruição musical do ouvinte seja igualmente recompensadora quando comparada com o original. Afinal, esta música continua a ser do melhor que o romantismo produziu!
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https://www.universaledition.com/en/Works/7.-Symphonie/P0199336
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